segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O POVO [Artigo] - O Brasil chinês

Na concepção de grande parte do consumidor brasileiro, a teoria que prevalece é a de: “quanto mais barato um produto melhor”. Não deixa de ter razão aquele consumidor que pensa dessa forma, na medida em que poderá comprar mais pagando menos, conseqüência direta do aumento expressivo do seu poder de compra gerado pela concorrência interna com os produtos estrangeiros. Mesmo não sendo tão significativo o aumento do poder de compra do consumidor, terá ele a satisfação de obter, por um preço reduzido, produto importado que, dependendo do tipo, poderá nem mesmo ser fabricado no Brasil.Hoje em dia importa-se um pouco de tudo, ou mesmo, muito de tudo. O brasileiro já está acostumado a comprar produto estrangeiro. A novidade, atualmente, está no mercado chinês, que vem ampliando seus horizontes comerciais para o Brasil. Assim, dos bens adquiridos pelo Brasil no exterior a China já responde por 10,1% desse montante. A tendência é aumentar esse percentual. A razão disso se deve pelo fato de que, a mão de obra, matéria-prima e os tributos incidentes sobre os produtos chineses, são todos bem inferiores aos cobrados e aplicados no Brasil. Além disso, o Brasil não possui medidas efetivas de restrição aos produtos estrangeiros, salvo pouquíssimas exceções, o que faz com que seja muito vantajoso para o importador trazer o produto direto da China. Ressalte-se ainda que, o interesse maior das grandes empresas brasileiras, está na exportação de produtos não industrializados, por ser geralmente mais lucrativa, em contrapartida, com o que vem ocorrendo com as empresas estrangeiras, principalmente chinesas, que tem o seu expressivo ganho com as exportações de produtos industrializados para o Brasil. O resultado é o seguinte: o Brasil exporta seus produtos para o mundo e importa o equivalente da China. Pior para o nosso empresário interno que terá que se digladiar com essa concorrência desleal. Marcos Góis - Advogado, especialista em Direito e Processo Tributário