Atualmente, a OAB-CE congrega 20 mil inscritos. No próximo dia 30, a entidade comemora 75 anos de existência
A história de lutas e conquistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Ceará, há mais de meio século, teve seu reconhecimento registrado na tarde de ontem. No Plenário 13 de Maio, a Assembléia Legislativa do Estado (AL) realizou sessão solene em homenagem aos 75 anos de atuação da entidade, a serem completados no dia 30 deste mês. Para o presidente da OAB, Hélio Leitão, “a entidade recebe orgulhosamente a homenagem da Assembléia Legislativa. É um reconhecimento do esforço coletivo de construção coletiva de uma entidade que se credencia cada vez mais como entidade do povo, classista, mas do povo”.Cerimônia
Na ocasião, estiveram presentes o presidente do Legislativo, Domingos Filho; o embaixador Paes de Andrade; o procurador geral do Município, Martônio Mont´Alverne; a procuradora de Justiça, Rita Maria de Vasconcelos Martins, dentre parentes e advogados conselheiros da entidade. Domingos Filho ressaltou, em seu discurso de reconhecimento, os momentos de criação e inserção ativa da entidade nos cenários cearenses e, sobretudo, brasileiros. “Desde sua fundação, a OAB tornou-se um agente ativo da defesa das liberdades individuais e dos princípios republicanos, como constatou o próprio Governo Vargas, que estimulara o nascimento da entidade. Mas, ao mostrar suas tendências ditatorias, a partir de 1935, o então presidente da República teve a contestação clara, corajosa e firme da valente entidade dos advogados”, diz. Por iniciativa dos deputados estaduais Artur Bruno (PT) e Edson Silva (DEM), a solenidade homenageou, ainda, os ex-presidentes e o advogado criminalista, ex-vice presidente da OAB-CE, Evaldo Ponte. Para isso, receberam placas Germano Machado Holanda, Luís Cruz de Vasconcelos, Vasco Damasceno Weyne, Raimundo Falcão, Francisco Ernando Uchôa, Silvio Braz, José Feliciano de Carvalho, José Cândido Albuquerque e Paulo Quezado. Na opinião de Luís Cruz de Vasconcelos, escolhido para agradecer a sessão solene, o momento na Assembléia Legislativa era “de plena felicidade” para todos que compõem a Ordem no Ceará.FIQUE POR DENTRO
História da reunião que criou a entidade no Ceará
Em 7 de janeiro de 1933, durante uma reunião realizada no prédio da Praça do Ferreira, onde funcionava o Fórum de Fortaleza, conhecido como Solar do Pachecão, os advogados Edgar Cavalcante de Arruda, José Martins Rodrigues e Clodoaldo Pinto começaram a construir a história da OAB-CE. No dia 30 de março, foi realizada a primeira assembléia para compor a diretoria da entidade, formada por Edgar de Arruda na presidência; Dolor Uchoa Barreira na vice-presidência; Francisco Sabóia na primeira-secretaria; Clodoaldo Pinto na segunda-secretaria; e José Martins Rodrigues na tesouraria. Esta é a data considerada como a de efetiva instalação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará.
O QUE ELES PENSAM
Reconhecimento das ações
"A comemoração dos 75 anos é, antes de tudo, a revivência de uma caminhada cheia de lutas pela liberdade, pelo Direito e pela ética. A entidade nunca fugiu do papel de defensora dos humildes e perseguidos, mesmo quando a vida nacional não estivesse no que pudéssemos chamar de democracia. " Raimundo Bezerra Falcão
Ex-presidente da OAB-CE
"É uma homenagem muito justa que a Assembléia Legislativa presta à OAB-CE. A atuação da entidade sempre foi muito brava, combativa e sem excessos. Sempre no sentido de defender o público. A OAB é uma sentinela de todos os episódios da sociedade, sejam eles no âmbito político, econômico etc." Evaldo Ponte
Ex-vice presidente da OAB-CE
"A OAB é uma das maiores instituições do mundo ocidental, de profissionais de Direito. Uma organização fechada e rígida A homenagem é uma comemoração justa à atuação de uma sociedade independente e fora do alcance dos mandos do poder público e defesa dos direitos do cidadão. "
José Feliciano de Carvalho
Ex-presidente da OAB-CE
Janine Maia Repórter"A OAB-CE a cada ano esteve participando da vida nacional, como nos anos 1960, no movimento da Ditadura Militar. A Ordem agiu em momentos importantes como o Impeachment do Collor, a abertura política. A OAB não é patrimônio dos advogados, mas da vida coletiva brasileira."
Paulo Quezado
Ex-presidente da OAB-CE