terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Novo ciclo energético
Fote:Diário do Nordeste 26/09/08 O professor José Osvaldo Beserra Carioca é uma das personalidades agraciadas com o Troféu Sereia de Ouro, edição 2008. A outorga será segunda-feira, 29, no Theatro José de Alencar |
|
E as mudanças, segundo o professor, colocam na pauta, principalmente, questões fundamentais para o homem, já que apontam para o desenvolvimento das pequenas populações e a inserção de tecnologias adequadas para o equilíbrio ecológico. Ele lamenta que países como o Brasil ficaram de fora do desenvolvimento desse mercado por falta de investimentos em educação e em pesquisa. “Os países do Norte sempre investiram em pesquisas e fizeram disso um grande negócio. Desenvolveram tecnologia para venderem para os demais países. Agora, nós temos uma grande chance de nos colocar no novo ciclo de desenvolvimento industrial”. O professor recorda os ciclos passados. O primeiro foi da lenha, um desastre total para a humanidade - “nessa época, não tínhamos tecnologia, nem lá nem cá”. Época em que foram dizimadas todas as florestas do norte da Europa. O ciclo industrial começou com o carvão, momento em que todos os países do eixo norte passaram a investir em educação e em pesquisa. Primeiro, com a Inglaterra e, depois, com os Estados Unidos. Só que a base ainda continua a ser, principalmente, o petróleo. Um novo ciclo se anuncia. “A energia nuclear é cara e perigosa”, diz o professor. Por isso, cientistas de todo o mundo voltam-se para a biomassa. Países como o Brasil, com grande extensão de terras e detentor de uma invejável biodiversidade, podem sair na frente nesse novo ciclo de energia. Outro ponto destacado pelo professor Carioca é com relação à formação dos cientistas. Lembra-se de que, quando terminou seu pós-doutorado, na Alemanha, seu primeiro pensamento era se fixar na Europa. Mas tinha outro agravante. Quando os doutores brasileiros voltavam ao Brasil, formados no exterior, 10, 15 anos atrás, continuavam realizando suas pesquisas com olhar estrangeiro. Felizmente, esse quadro mudou. Atualmente, segundo o professor Carioca, o Brasil já tem uma estrutura científica, tecnológica, com profissionais competentes para colocar em prática pesquisas a favor do desenvolvimento dos brasileiros. O cientista defende que o avanço nas pesquisas no campo da biotecnologia colocará o Brasil à frente de outros países. Isso em diversos campos - medicamentos, biocombustíveis, genética. Nesse leque, entra a biomassa, um dos principais focos da pesquisa do professor Carioca. Mesmo com toda a disposição do governo em explorar o petróleo a sete mil metros de profundidade, o professor Carioca acredita que não exista ainda tecnologia suficiente para a prospecção de petróleo nessa camada tão profunda, apesar de a Petrobras deter tecnologia de ponta. O mesmo não ocorre com a biomassa, segundo o professor. Aliás, uma questão já vem sendo debatida e pesquisada no Brasil há muito tempo. Ele mesmo, em 1978, foi um dos organizadores de um congresso que trouxe ao Ceará o cientista Melvin Kelvin, prêmio Nobel dos Estados Unidos. “Era o homem da fotossíntese. Deixou uma contribuição sobre o mecanismo das plantas de uma grandiosidade enorme para a produção de alimentos, combustíveis e medicamentos”. Ainda nessa época, o professor Carioca, com o apoio do Ministério das Minas e Energia, estruturou projetos de pesquisa sobre biomassa. Naquele contexto - lembra - o programa do álcool já existia e nossa grande preocupação era o biodiesel. “Chegamos a estudar plantas e óleos vegetais que não concorrem com o setor de alimentos. Este País tem uma biodiversidade fantástica. Vamos sair da civilização do petróleo para a da biomassa, dos recursos renováveis. Isso é que deve nortear nossas ações”. E com relação à crise de alimentos? O professor explica que os milhares de hectares que o Brasil utiliza para a produção de cana não atingem a agricultura tradicional. Todos os estudos, segundo ele, inclusive feitos nos Estados Unidos, comprovam esse princípio. Lembra que, em 1992, quando representou o Brasil como delegado na Conferência das Nações Unidas, recebeu muita pressão com relação ao fato. “Hoje totalmente fora de cogitação”. Afirma que o que atinge diretamente o setor agrícola não é a cana-de-açúcar, mas sim produtos mais nobres, mas com um grande impacto no setor de alimentos. Cita o milho. “Este sim - diz - prejudica de forma direta o setor de alimentos. O programa do álcool não traz de maneira nenhuma malefícios para a produção de alimentos”. Outro campo de estudos do professor é com relação às microalgas. As pesquisas iniciais foram realizadas na Europa desde a Segunda Guerra. Ele entrou em contato com esse campo de estudos quando pesquisava na Alemanha. Segundo ele, a grande matéria-prima para a produção de óleos para o biodiesel são as microalgas. Mas também para a produção de alimentos e fármacos. “Só para se ter uma idéia, a soja produz quinhentos litros de óleo por hectare. Com as microalgas, este número pode subir para 20 mil litros de óleo por hectare”. Nos Estados Unidos, segundo ele, já existem pesquisas avançadas sobre as microalgas. “Nós já perdemos muito espaço por falta de visão estratégica. Um grande programa de biocombustíveis trará enormes benefícios para o País, principalmente de emprego. Massas de população serão deslocadas das grandes cidades para os muitos municípios do País. Será um retorno ao campo. Cidades do interior de São Paulo são verdadeiros pólos de produção de biocombustível. Por isso, acho que essa questão do pré-sal mobilizará muitos recursos. E políticas relacionadas com o biocombustível são prioritárias para o País. Mas, infelizamente, a máquina do governo ainda não processou essa realidade”. O difícil começo Nascido em Maranguape em 1944, o professor José Osvaldo Beserra Carioca teve uma vida dedicada aos estudos e à pesquisa. Uma das grandes lembranças que tem é do seu pai, José Carioca Filho, de seu empenho em educar os filhos. Em 1950, a família mudou-se para Fortaleza. “Ali, ele já mostrava para nós a importância dos estudos. Com poucos recursos, meu pai conseguiu formar 12 filhos”. Quando estava terminando o Científico, seu pai faleceu. “Meu pai tinha um grande círculo de amigos. E todos lembram dele como um homem muito digno, honrado e bom. Essa é a lembrança que guardo dele”, disse emocionado. Logo ingressou na primeira turma de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará. Mesmo antes de terminar a graduação, começou a ensinar na UFC. Depois, passou em primeiro lugar para o doutorado, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo começou a namorar Lúcia Vale - “uma pessoa fantástica”. Logo ficaram noivos e casaram. O casal teve três filhos: Christiane, Francisco e Luciano. Foi convidado para trabalhar no Centro de Pesquisas da Petrobras. Mas preferiu voltar para Fortaleza.“Quando cheguei, encontrei uma aridez muito grande, ou seja, tudo estava por fazer. Não existiam laboratórios, nem grupos de pesquisas. Isso, acho, foi um grande incentivo para mim”. Representou o Brasil em vários encontros sobre energia alternativa no mundo. Participou por três vezes da Conferência de Energia das Nações Unidas. Além de tomar parte de feiras mundiais. Como professor visitante, mantém uma estreita ligação com a Universidade de Colônia, na Alemanha. Atualmente, é professor titular do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFC e lidera o movimento de implantação da Rede Nacional de Pesquisas sobre Química Verde. Realiza ainda pesquisas com microalgas juntamente com estudiosos de Israel. É autor de 15 livros e mais de 200 trabalhos científicos em revistas especializadas. O professor Carioca qualifica o Troféu Sereia de Ouro como a mais importante comenda para os cearenses. Considera que, dessa forma, o Grupo Edson Queiroz coloca sua força intelectual e colabora de forma direta com a sociedade ao escolher, num ranking difícil, nomes de cearenses que se sobressaem no campo do conhecimento. “Então, por este motivo, eu queria parabenizar o Sistema Verdes Mares, em especial ao seu Edson Queiroz e dona Yolanda Queiroz. Eu os conheci num momento muito especial da minha vida, na Alemanha. Fico muito emocionado. É uma honra, para mim, receber essa comenda”. |
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Seminário: Processo Civil Moderno
terça-feira, 16 de setembro de 2008
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
domingo, 7 de setembro de 2008
Lançada Coletânea sobre DIREITO IMOBILIÁRIO
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Grandes polêmicas em debate amanhã na Conferência Antiviolência da OAB
Políticas Sociais, Políticas e Ações de Segurança, Controle Social e Comunicação são alguns dos temas de painéis que prometem gerar grandes debates na Conferência Nacional para a Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz, que será realizada de quarta-feira (03) até sexta (05) pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. Na oportunidade, especialistas em cada um dos temas emitirão suas opiniões, conhecerão contrapontos e verão os temas serem debatidos, logo em seguida, por delegados especialmente destacados pela OAB.
Quarenta e dois palestrantes e 150 delegados estarão reunidos durante os três dias da programação. Entre eles, estarão os ministros do Desenvolvimento, Patrus Ananias; do Trabalho, Carlos Lupi; da Previdência e Assistência Social, José Pimentel; da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire; o presidente da Ajufe, Fernando César Baptista de Matos; o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta; o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade; e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio Noronha, entre vários outros. O evento será transmitido pela OAB Nacional via Internet em seu portal (www.oab.org.br) para as 27 seccionais da OAB nos Estados e para as subseções da Ordem.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
OAB condena grampo da Abin no telefone de Gilmar Mendes do STF
Eis a nota da OAB:
"É simplesmente intolerável que fatos como esse denunciados na edição que circula a partir de hoje (30) da revista Veja continuem a ocorrer sem que respostas imediatas - e exemplares - sejam dadas à sociedade brasileira pelo Poder Público.
Espionar a mais alta autoridade do Poder Judiciário, o ministro Gilmar Mendes, é um escândalo que dispensa adjetivos. Ultrapassa as piores expectativas. Mas o estado de bisbilhotice, que vem sendo denunciado pela OAB, inclusive na cerimônia de posse do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, não pára aí: atinge hoje praticamente todo o espectro político.
Vai da base parlamentar governista à oposição. Espiona ministros, assessores do Presidente da República, o Presidente do Senado e chega ao extremo de se envolver na sucessão à Presidência daquela casa legislativa.
Qual o sentido de a Abin espionar o senador Tião Viana? Quer saber sua estratégia de campanha? Para quê? Está a serviço de outro candidato? E por que espiona o líder da oposição, senador Arthur Virgílio? E o ex-ministro José Dirceu?
São perguntas inevitáveis - e constrangedoras -, que revelam o grau de insegurança jurídica e baixeza institucional que tais aberrações produzem, reeditando os piores momentos da ditadura militar.
A OAB, como tribuna da sociedade civil brasileira, exige apuração rigorosa e imediata dos fatos e responsabilização penal dos envolvidos neste ato criminoso que afronta o Estado democrático de Direito e fragiliza a credibilidade das instituições do Estado."
Futuro das constituições está na democracia participativa
ENTREVISTA - PAULO BONAVIDES (31/8/2008) DIÁRIO DO NORDESTE